segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

"Entendi como e por que você sempre deixava uma brechinha pro mundo lá fora entrar. Você nunca fechava a porta do nosso relacionamento porque precisava dessa beiradinha aberta pra saber que o mundo lá fora ainda existia enquanto estava comigo. E isso te matava aos pouquinhos por dentro porque você queria saber de tudo o que acontecia lá fora também, pois você não sabe ter uma coisa só.
Se você perguntasse da minha porta, eu diria que estava fechada e que havia jogado a chave fora. E você sabe o porquê disso. E eu também entendi que pra você me deixar, eu preciso te deixar primeiro. E assim nós seguimos nossas vidas paralelamente sem que um lembre do outro. Porque eu preciso mesmo fingir esquecer você pra me fazer acreditar e, quando eu acreditar, vou conseguir realmente te deixar e você vai conseguir se livrar de mim e no final o que parecia complicado se torna fácil e simples.
Eu quis muito hoje quando acordei que minha vida me compensasse de alguma maneira. Que alguém me acordasse com um bom dia radiante e um beijo no rosto e um abraço tão quente que derreteria satélites e meus pés gelados. Mas isso só uma pessoa no mundo poderia me dar, e essa pessoa não é você."



Ana Beatriz Vilela

Nenhum comentário:

Postar um comentário