quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Começo a escrever olhando uma foto nossa de muitos anos atrás. Na fotografia, eu estou aprendendo a andar e você segura as minhas mãos para servir de apoio, segurança. Eu aparentava ter um ano de idade e você uns 16, e é com muita dor e lágrimas no olhos que vou dizer isto: deve ter sido o único momento da minha vida que você estava presente para me ajudar e fornecer algum tipo de segurança.
Os anos passam, agora tenho 19 e você...Sei lá. Uns 35. Se me perguntarem a última vez que te vi, não saberei responder. 1 ano, 2 anos, 3 ? Sua ausência faz parte da minha vida, o fato é esse. Aniversário, Natal, Ano Novo: você não dá um sinal de vida.

Na sua vida cheia de problemas, você esquece que tem uma irmã, e eu me vejo lá, soterrada em meio às suas lembranças...Totalmente esquecida.
Patética. Me sinto patética escrevendo essa merda falando de você. Sempre fui compreensiva com os seus erros, sempre relevava o fato de só procurar o nosso pai para pedir dinheiro, mas eu cresci, Júnior. Cresci. Meu sentimento por você está se transformando em ódio a cada dia que passa e você não aparece.
Não sei se tenho um irmão, essa palavra é muito forte e especial pra eu me referir a você.

Patricia Mululo

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