quinta-feira, 23 de setembro de 2010


Queria saber o que dizer ou pelo menos o que escrever. Queria poder mandar uma carta e te dizer as palavras certas que fizessem seu coração voltar a sorrir. Queria encontrar a solução pra toda essa angústia que hoje dançou no teu peito e escondeu o sorriso que eu tanto amo. Queria que meu abraço tivesse a cura, minha presença confortasse, até que meu silêncio fosse um afago na alma. Mas não existe receita pra isso, não existe fórmula certa, muito menos frases feitas. (...) Tudo o que eu mais quero é ser o seu refúgio, o lugar pra onde você corre quando precisa recarregar as baterias, se livrar de tudo o que te fez mal. Mais do que as minhas dores, eu descobri que a dor que me dói mais é a sua. Porque mancha sua figura tão apreciada por mim. Porque diminui teu sorriso e o torna apenas um disfarce de tudo o que você esconde por dentro. Porque tira teu brilho, teu dom de fazer as pessoas sorrirem, tua vontade de lutar. A dor é sua. Você é meu. E a tua dor é duas vezes a minha dor. Porque não suporto te ver murchar e não ser capaz de te regar e o fazer crescer novamente.(...)Porque não consigo te ver assim e agir normalmente, como se o sol ainda brilhasse totalmente e o meu sorriso ainda pudesse ser inteiro. Tudo o que eu queria era entrar no teu peito e tirar essa dor daí. Queria perfumar teu mundo com o aroma da primavera que hoje se inicia. Queria limpar teu coração até que só sobrasse a lembrança de todos esses sentimentos que hoje marcaram presença. Esse é só um texto pra esvaziar meu coração que chora por não poder ajudar o teu. É só pra te lembrar que você tem um bloco de notas, um baú, uma caixinha de música aqui do teu lado: eu. Escreve em mim o que você sente, ainda que seja escura como a noite. Deposita em mim teus segredos e tuas dores, que eu arrumo um jeito de limpá-las. Deita aqui do meu lado e ouve a minha canção. A canção que eu canto pra te ver sorrir. Pra te dar um pedaço de mundo quando o seu mundo desaba. Deita aqui do meu lado e divide todos os seus medos, todas as suas dores, todos os vocês escondidos aí. (...)

Tem um abraço do lado de cá, tem um colo do tamanho do mundo, tem voz pra te lembrar que essa dor vai passar. Pode vir. Tua dor é minha dor. Estou contigo em qualquer das estações. Pra andar de mãos dadas sob um sol à pino ou pra tentar encontrar um abrigo no meio da chuva. Chega mais perto, me dá a mão, se encolhe no meu abraço e me escuta sussurrar que eu estou do teu lado e que te amo e que luto a tua luta e choro o teu choro.


Nicole F.

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