"Aos cacos amor, aos cacos. Começo a redigir essas palavras acolchoadas por dores aos cacos. Sinto pela redundância mas não consigo me distinguir porque estou por várias partes. Talvez uma delas esteja contigo dançando ao som de Chopin, talvez uma outra esteja naufragando no meio do vazio que é o mar por fora. Talvez eu tenha deixado que uma parte voasse para longe e de tão longe deixou de existir. Estou estraçalhada amor e eu estou sem forças para andar pela casa. Choveu. E as nuvens cuspiram em cima de mim. Mas tenho dor. Tenho uma dor imensa. E uma dor do tamanho de você. Os cacos refletem sua onipresença não-realizada e os buracos dançam dentro da minha alma. Alma? Deve estar desintegrada em um dos meus membros que, aos gritos, expulsei quando estava ficando sozinha, louca e velha.
Aos cacos amor. Aos cacos."
Igor Pires
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