"Sempre conservei uma aspa à esquerda e à direita de mim."
- Clarice Lispector
terça-feira, 31 de julho de 2012
"Sabe, você não é a única e nem a melhor alternativa que eu tenho de viver um amor de verdade. A gente se vê por aí."
Gabito Nunes
domingo, 29 de julho de 2012
“Você foi embora, mas eu nem me preocupei - coloquei você no meu peito, no mesmo recanto de saudade em que outras pessoas moram. Agora você não passa disso, um pedaço de saudade.”
Caio Augusto Leite
terça-feira, 24 de julho de 2012
“Mas a verdade é que por mais que eu ame minhas amigas, a boa música e um bom filme, sinto falta de um amor.”
Tati Bernardi
“Agora é assim, primeiro eu. Quem não gostar das regras, não joga. Tô feliz, acredita? Olha só a ironia, fui buscar o amor e já tinha. Fui tentar ser feliz e já era. Fui tentar me encontrar e me perdi. E, que loucura, precisei me perder pra me valorizar.”
Tati Bernardi
“Se acalma pequena, quem foi feito um para o outro o destino dá um jeito de unir. ”
Caio Fernando Abreu
“Não quero um relacionamento sério. Já passei por isso. Quero um relacionamento onde eu possa rir o tempo todo.”
Gabito Nunes
domingo, 22 de julho de 2012
"A noite ultrapassou a si mesma, encontrou a madrugada, se desfez em manhã, em dia claro, em tarde verde, em anoitecer e em noite outra vez. Fiquei. Você sabe que eu fiquei. E que ficaria até o fim, até o fundo. Que aceitei a queda, que aceitei a morte. Que nessa aceitação, caí. Que nessa queda, morri. Tenho me carregado tão perdido e pesado pelos dias afora. E ninguém vê que estou morto."
Caio Fernando Abreu
quarta-feira, 18 de julho de 2012
"Mas quem se importa? Sei que eu não me importo. Mais. Não me importo mais. Estou de saco cheio de me importar."
Gabito Nunes
quinta-feira, 12 de julho de 2012
"Não tem o que fazer, não tem o que dizer, não tem o que sentir. Sou uma ferida fechada. Sou uma hemorragia estancada. Tenho medo de deixar sair uma letra ou um som e, de repente, desmoronar. Quando toca uma música bonita, minha ironia assovia mais alto. Um assovio sem melodia. Um assovio mecânico mas cuidadoso, como tomar banho ou colocar meias. Outro dia tentei chorar. Outro dia tentei abraçar meu travesseiro. Não acontece nada. (...) Não consigo aceitar nenhum tipo de amor porque nenhum tipo de amor me parece do tamanho do buraco que eu me tornei. Se alguém me abraçar ou me der as mãos, vai cair solitário do outro lado de mim. Se eu pudesse usar uma metáfora, diria que abriram a janela do meu peito e tudo de bom saiu voando. Eu carrego só uma jaula suja e escura agora. Se eu pudesse usar uma metáfora, eu diria que tiraram as rodinhas dos meus pés. Eu deslizava pelo mundo. Era macio existir. Agora eu piso seco no chão, como um robô que invadiu um planeta que já foi habitado por humanos."
Tati Bernardi
"E estive com você além de mim. Fui burra, mas foi bom. Fui pura, mas fui tola. E toda a malícia vinda na hora inadequada me fez desconfiada por tudo, por nada."
Marla Queiroz
"Não foi fácil, não tem sido, mas tenho me sentido mais coerente com as coisas que me propus a viver. Com as coisas que eu tenho para dar e derramar. Com o espaço que abro para o tipo de relações de trocas reais, de afetos sinceros, de atitudes maduras, de comportamentos honestos. Não quero amar apenas quem é amorável, quero amar quem merece ser amado. Por causa e apesar de. E eu brindo o que é recíproco mesmo que não seja idílico. Tenho plena consciência de que na diferença que o Outro me traz é que aprendo, mas que venha com transparência. Eu prezo pessoas de verdade, estas me são caras. Os fakes eu respeito e deixo que sigam. Não há problema nenhum em nada e ninguém, desde que eu saiba que sobre a minha vida, a mim me cabem as escolhas. E eu dou o meu melhor e mereço receber o melhor também.
E todo este meu trabalho interno poderia ser resumido assim: eu quero crescer para mim mesma."
Marla de Queiroz
domingo, 8 de julho de 2012
"Eu já fiz sexo disfarçado de amor e, algumas vezes, fiz amor me enganando que era só sexo. Agora estou sem ninguém. É sexta-feira e de forma surpreendente estou sem ninguém. Nenhum casinho de nada, o que é abismal porque sou muito fácil. Até demais. Me apaixono fácil, me entrego fácil, ponho tudo a perder muito fácil. É sexta-feira, eu devia estar me preparando para mais uma expedição romântica pela cidade, nem que seja pra voltar pra casa com um estranho, todo cheio de adrenalina, descompostura e medo do perigo. Como um pequeno felino imaturo e sapeca eu me enrolo todo na linha que separa o certo do errado. Dia desses eu me enforco sem volta. Passei na mercearia e comprei pão, frango e brocólis. Chove diagonalmente e eu me acuo pelas calçadas grafitadas, protegido apenas pelo meu gorro escuro, que faz uns moradores me confundirem com um ladrão de carros. Não sou isso. Sou tão ameaçador quanto aqueles fantasmas bonzinhos que assustam as pessoas mas fundo só precisam de carinho e amor e atenção. Não sei se isso existe. Fantasmas. Ah, e carinho e amor e atenção também.
Depois de passar por um período meio “quem-se-importa”, eu admito: estou infeliz. Tão infeliz quanto alguém consegue ser, de chegar ao ponto de apostar que morrerei só. Estou com 25 anos. Tenho de aproveitar. Não é todo dia que se faz 25 anos e oito meses e treze dias. Só que não tenho nada pra fazer, não tenho ninguém, estou com vontade de nada. Provavelmente dormirei todo o fim de semana intercalando com alguns filmes que comprei semana passada. Nada de mais, só umas velharias do Woody Allen que eu ainda não tinha. Talvez eu dê algumas risadas. Talvez eu saia de casa, brevemente. Para buscar uma pizza califórnia do outro lado da rua, quem sabe.
Não vou abrir a porta a ninguém. Tenho cinco amigos com os quais gosto de estar, gosto de vê-los no meio das minhas coisas, mas sei que estarão ocupados neste fim de semana. Foram todos pra serra, à procura da felicidade gelada. Eu disse que não. O brabo de experimentar quase tudo na vida é que chega um momento em que você parece que já fez tudo, ouviu todas as canções, foi a todas as festas, provou todos os gostos, fotografou todas as paisagens. Eu e o mundo exterior estamos em litígio, nos separando aos poucos, às vezes apenas nos esforçando para manter as aparências. Foi-se a época de sexo, drogas e rock n' roll. Meu lema, nos últimos tempos, tem sido jazz, chocolate e auto-erotização.
Mas isso tudo não quer dizer que não estou a fim de alguém. Chega a doer. Estou apaixonado e sozinho, uma combinação bombástica, programada para me autodestruir em mais algumas semanas. Ela não sabe e nunca vai saber. A gente sabe quando não dá pé, mesmo que existam alguns chavões só pra contrariar. Meu ego é uma faixa de segurança – teoricamente, até foi feito para confiar, mas. Você até quer confiar. Mas não depende só de você. Qualquer bêbado no trânsito confia. Confie em si mesmo, que idiotice. Algumas mentiras são tão bonitas de se ouvir.
Se você quer alguém rastejando atrás de você, sugiro esquecer ter me conhecido e comprar uma iguana ou algo assim. Se tem uma coisa que eu sei nesse mundo é de mim. Me conheço. No meu corpo tem cromossomos de uma zebra africana. Estou sempre fugindo dos leões. Algumas pessoas escolhem ser livres. Outras não têm chance de escolha, apenas são. E nunca mudam, mesmo que queiram. É uma questão de fase: paixão não revelada é paixão morta, amor não demonstrado é amor morto. Só mais uns dias e pronto. Estarei oficialmente no limbo, na liberdade anestésica de absolutamente nada sentir.
O que você está olhando? Até parece que nunca viu um covarde respirando antes. O que pesa, a grande diferença, é que você é daquelas pessoas que precisam de segurança, de lastro, de sentido, precisam de qualquer maneira ser feliz. Eu não. Sim, isso existe, é possível. Não sei lidar direito com as emoções. É só olhar diretamente para a luz calorosa do sol e meu corpo já responde com um espirro. Não vou entrar em detalhes ou dar satisfações. É uma longa história. Minha alma não tem a idade que aparenta."
Gabito Nunes
terça-feira, 3 de julho de 2012
"Eu reconheço que certas coisas era melhor eu não ter sentido, procurado, visto, guardado. Mas tem sempre alguma coisa em você que me faz descer da vida pra olhar com mais atenção. Desculpa meu mal jeito de atropelar nossas placas de permissão: nunca tive tato para não tropeçar em você quando estamos perto, respirando o mesmo canal de ar entre dois lábios".
Lucas Simões
'Em alguns momentos da vida, mais comumente quando começa o inverno, repensamos nossos “descartes” (não o filósofo/pensador) pelo mundo afora. É a época em que cai a ficha, finalmente, de que o tal moço incrível que vai te dar segurança, filhos, amor incondicional, cultura geral mas com profundidade e quinze orgasmos por semana pode não existir. Aí você pensa: poxa, mas tinha aquele lá, ele não era tão ruim, era? Acabou por quê? É o momento repescagem. Todo mundo já repescou ou foi repescado. Basta o cachecol e a bota de cano alto saírem às ruas. O amor meia boca volta a imperar. Garotos não tão bons de papo mas com uma boa performance no quentinho de edredom, voltam pro jogo. Outros, mais recatados e sem glamour na pegação, mas inteligentes e perfeitos para um vinhozinho de fim de dia, reaparecem com boas chances de serem valorizados. É o frio, minha gente. Nada além disso. Os bons de papo e de “cama, mesa e banho”, então, nossa. Esses recebem propostas de casamento, ganham presentes, massagens e outras coisinhas que mulheres juravam jamais dar. Elas esquecem que eram tipos malucos, inconstantes, mentirosos, traidores, covardes e mais um monte de coisa grave que ganha “desimportância” conforme o frio aumenta. Eram ótimos partidos! Eu que sou muito exigente! O frio diminui as expectativas, as esperanças, os sonhos. O frio só aumenta o desespero. Se você, caro amigo, é um partido meia boca, saiba que suas chances duplicam no inverno.'
Tati Bernardi
segunda-feira, 2 de julho de 2012
"Deixei morangos perdidos na geladeira. Isso nunca acontece por acaso ou descuido e eu sei bem que eles estavam lá apodrecendo. E deixei, vi, senti: uma parte boa e bonita indo embora de mim".